Câncer de mama é o mais comum entre as cadelas

       Os nódulos nas mamas são o primeiro indício da doença que afeta uma grande parcela de cadelas, especialmente após os 10 anos de idade. Eles podem ser apenas cistos benignos ou processos inflamatórios, mas em grande parte dos casos são tumores benignos ou malignos (câncer). Diante deste primeiro sinal, o dono deve procurar o especialista e iniciar o tratamento.

Alterações hormonais e influência genética são algumas das causas de câncer de mama, que é a proliferação maligna de células que compõem o tecido mamário. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores são as chances de sucesso na terapia, que tem como um dos principais objetivos evitar o sofrimento do animal.

O câncer causa desconforto e dor à cadela, principalmente quando se torna volumoso. Por isso a veterinária com especialidade em oncologia, Mariana Cazaux, recomenda a retirada do nódulo o mais breve possível, o que evita, inclusive, a ocorrência de metástases locais, ou seja, quando a doença se espalha nas próprias mamas ou em outras partes do corpo.

Assim como acontece com o homem, a doença também pode se espalhar pelo corpo do animal. O tumor passa de uma mama para outra através da rede linfática que interliga todas as mamas, ou a distância, onde o foco principal é o pulmão. “A principal forma de se descobrir se um nódulo é de origem benigna ou maligna é através de biópsia. Porém, recomenda-se a realização da citologia, que é a punção do nódulo, antes da operação. Dessa forma é possível avaliar a necessidade de uma cirurgia mais extensa e mais cautelosa”, destaca a especialista.

Estudos recentes mostram que além dos hormônios sexuais e da propensão familiar, outros fatores, como a obesidade, alimentação e fatores ambientais podem influenciar no desenvolvimento de neoplasias mamárias. A melhor forma de prevenir o problema é a castração precoce, antes mesmo do primeiro cio, quando o risco de ocorrência desses tumores é reduzido a 0,05%.

Após o segundo cio o risco sobe para 26%. “A castração evita o câncer porque os hormônios reprodutivos das cadelas predispõe ao surgimento de tumores mamários”, esclarece Mariana, que acrescenta que deve-se evitar a utilização de hormônios.


Diagnóstico, cuidados e tratamento

O teste do toque das mamas recomendado às mulheres também precisa ser feito nas cadelas. Quanto mais rápido for feito o diagnóstico, mais tempo de sobrevida o animal terá, uma vez que se pode retirar o tumor, tratar e combater as metástases. Em casos mais avançados, onde o problema já se espalhou, Mariana diz que é possível observar tosse recorrente e dificuldade respiratória, além de emagrecimento progressivo, o que não é tão comum para esse tipo de tumor.

A retirada cirúrgica dos tumores é inevitável. Os benignos também devem ser eliminados, uma vez que podem sofrer mutação e se malignizar. A retirada pode ser radical, ou seja, de todas as mamas, ou de apenas uma cadeia mamária lateral (apenas as de um lado). “O que não se recomenda é a retirada de uma única mama, pois a invasão de células neoplásicas de uma mama para a sua lateral é muito freqüente e pode manter o tumor presente, mesmo que não se esteja vendo nódulos próximos”, revela a veterinária.

Mariana ressalta que o pós-operatório requer cuidados especiais, inclusive no combate a dor com drogas modernas e eficazes. Por tudo isso o bicho vai precisar de muita dedicação do dono. “O animal vai precisar de atenção, alimentação controlada e, em especial, conforto, carinho e muito amor”, aponta a profissional, lembrando que a quimioterapia é de extrema importância para o combate à células neoplásicas que estejam circulando pelo corpo do animal.